Projeto Corona Vidas organizado por Discente e Docente DMMDC expandiu sua atuação com a construção colaborativa do conhecimento por meio de Hubs voluntários de vários estados do país (Amazonas, São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul).

O projeto Corona Vidas: Conectar pessoas para salvar vidas é uma iniciativa de voluntários, professores e pesquisadores de diferentes instituições de ensino superior públicas e privadas que, junto com a sociedade civil, “makers”, empresas de injeção de plástico e Ongs, reúnem iniciativas para o combate ao coronavírus no contexto da pandemia de modo multi-disciplinar e multi-institucional. Idealizada por pesquisadores em Feira de Santana-BA, o projeto teve início no dia 25 de março de 2020  e surgiu para viabilizar a produção de protetores faciais (face Shields) por meio dos “makers”  que operam, produzem e prototipam epi´s  em impressoras 3D, e empresas que produzem por meio da  fabricação industrial por injeção de plástico. O projeto Corona Vidas  também pretende  motivar  iniciativas de outras pesquisas tais como: ventilador mecânico, produção de estudos utilizando dados (data science), divulgação científica por meio da comunicação social, produção de outros EPI´s para proteção dos profissionais de saúde e consequentemente combate ao covid-19. O projeto inicialmente,  atuando com abrangência regional, dentro do estado da Bahia, expandiu-se para a atuação nacional, apoiando-se na construção colaborativa do conhecimento por meio de Hubs voluntários de outros estados do país (Amazonas, São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul).

Este projeto de extensão está vinculado ao Programa de enfrentamento à Pandemia pelo Corona vírus, tem como tema central a cultura solidária e a participação do IFBA através da produção de Face Shields, destinados aos profissionais que estão à frente do combate à esta Pandemia.  A pandemia em questão impôs ao mundo uma reflexão sobre o caráter preventivo em saúde, uma preocupação com os aspectos de produção de produtos hospitalares, sobretudo pela dependência que as diferentes partes do globo tiveram - e estão tendo - com a aquisição de produtos hospitalares, entre eles Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Embora existam referências de comitês preocupados com uma potencial pandemia desde o século passado, os alarmes de pesquisadores e de comitês científicos foram subestimados, quando não ignorados. Por essa razão e, no Brasil, pelo caráter de “remediação” dos aspectos ligados à saúde pública, gestores foram “surpreendidos” com a  Covid-19 e seu aspecto pandêmico. 

Justificativa

Considerando o contexto de pandemia e após avaliação dos relatórios que o coletivo de pesquisadores gerou a partir da análise de dados, identificamos que há demandas específicas para cada região e que diversas iniciativas foram criadas no sentido de contemplar as necessidades numa perspectiva local. Embora a pandemia tenha um contexto global e teve início em dezembro de 2018, os profissionais de saúde brasileiros que estão na linha de frente de combate à Covid-19 não tinham recebido até a ocasião de formação do grupo Corona Vidas os equipamentos de proteção individual de acordo com relatos de alguns profissionais de saúde que vieram à tona na grande imprensa. Para além dessa constatação, nossos relatórios apontaram para uma progressiva contaminação desses profissionais pelo coronavírus reduzindo a capacidade de o sistema de saúde brasileiro dar respostas no combate à doença. Os protetores faciais se apresentaram como uma alternativa para a redução da curva de contágio dos profissionais de saúde por meio de gotículas e secreções. Além disso, existe a necessidade real da fabricação de ventiladores mecânicos para atender à demanda de pacientes internados com doença em estágio grave.

Fundamentação Teórica.

Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 356/2020 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), permite a fabricação, importação e a compra de dispositivos médicos identificados como prioritários para serviços de saúde. A decisão é de caráter extraordinária e temporária por conta da emergência de saúde pública internacional relacionada à disseminação da COVID-19. Diversos grupos estão realizando a fabricação do protetor facial para atender aos profissionais da saúde, na Bahia é previsto a produção de mais de 90 mil unidades protetor facial para atender a todo estado, por meio dos chamados Hubs de produção nas cidades do interior. Ademais a Anvisa ampliou outras possibilidades para ampliar a oportunidade das ações extraordinárias e excepcionais como a produção do ventilador mecânico, sendo assim “A ação é justificada pelo cenário atual da COVID-19, que pressiona os sistemas de saúde e confere destaque e relevância à relação entre a demanda e a oferta de equipamentos” (ANVISA, 2020)

A Anvisa vem implementando oportunamente ações extraordinárias e excepcionais para ampliar a capacidade produtiva de equipamentos essenciais ao enfrentamento da Covid-19.

Objetivo Geral

Agrupar e executar todas as iniciativas de combate ao coronavírus, como os protetores faciais, ventilador mecânico, cabine de proteção, análise de dados e divulgação das ações.

Metodologia

Por meio de atividade remota, obedecendo à resolução do Consuni do dia 18 de março de 2020, em atenção às normas e orientações da Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde relativas ao isolamento social, os professores envolvidos na atividade de extensão atuaram remotamente para a realização do projeto Corona Vidas.

A proposta do projeto que se concentra na Bahia é oferecer protetores faciais (face Shield) gratuitamente a unidades de saúde. Com a perspectiva de rede de colaboração e solidariedade, o projeto fez parcerias com o Governo do Estado da Bahia, empresas privadas, Ongs e contou com a doação de recursos por meio de uma vakinha online para a compra de insumos para produção dos protetores faciais. O projeto que, inicialmente, contava com makers produzindo face Shields em impressoras 3D, obteve sucesso com a parceria para recebimento do molde de aço para injeção de plástico para produção em escala industrial. A produção diária pode chegar a 5 mil protetores. A expectativa do projeto é produzir 50 mil protetores faciais com o molde para distribuição à rede pública por meio de parceria com a Secretaria de Estado de Saúde da Bahia (Sesab) e a Injeplast. Além dos 50 mil protetores faciais iniciais, uma nova a parceria entre o projeto Corona Vidas e outra empresa ampliou a produção para mais 40 mil protetores faciais, ou seja ao todo são 90 mil unidades para os profissionais de saúde em toda a Bahia.

O projeto Corona Vidas não se restringe à fabricação dos protetores faciais uma vez que os estudos e análise de dados realizados pelos pesquisadores envolvidos no projeto indicam necessidade de ampliação das ações e produções para a fabricação de respiradores de baixo custo com o objetivo de atender à demanda de pacientes internados com síndrome respiratória aguda grave.

Resultados Esperados

1. Apoio na criação de novos times regionais (novos Hubs);

2. Produzir de 90 mil protetores faciais em parceria com a indústria;

3. Analisar a inferência do crescimento do número de infectados nos estados brasileiros;

4. Conteúdo para divulgação e reportagem;

5. Criação do site e gestão do conteúdo;

6. Estudo e desenvolvimento de um modelo de ventilador mecânico;

7. Desenvolvimento da cabine de proteção para pacientes.

Parabéns ao Discente Fábio Araújo Barreto e ao Docente Romilson Lopes Sampaio